Projeto da Sudema já recuperou cerca de 90 hectares de vegetação no curso do Rio Paraíba no Cariri

Iniciado há três anos, o projeto Nascente Viva já plantou mudas em cerca de 90 hectares ao longo do Rio Paraíba, área que corresponde a 126 campos de futebol padrão Fifa. Uma iniciativa do Governo do Estado por meio da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), o Nascente Viva objetiva promover a recuperação ou regularização ambiental das Áreas de Preservação Permanente (APPs) das margens do Rio e das nascentes que compõem a sua bacia.

“Esse é um projeto que busca a preservação dos recursos naturais e a melhoria da qualidade da água por meio do plantio de mudas nativas, mas que também inclui ações educativas envolvendo a comunidade local, escolas e instituições, com o intuito de conscientizar a população sobre a importância da conservação ambiental e a fiscalização para fins de cumprimento da legislação ambiental pertinente”, explicou diretor superintendente da Sudema, Marcelo Cavalcanti.

Atualmente o projeto conta com 88 hectares plantados e 10 nascentes em fase de recuperação. Outros 45,85 hectares estão em fase de plantio e cerca de 80 devem ter o plantio iniciado ainda este ano, incluindo cinco novas nascentes. O trabalho acontece nos municípios de Monteiro, Congo, Caraúbas, São Domingos do Cariri e Boqueirão e funciona como uma parceria entre empresas, proprietários rurais com terras ao longo do curso do Rio e a Sudema.

De acordo com o chefe da Divisão de Implantação de Programas Ambientais e Projetos, Itallo Harlan, é possível verificar a regeneração e o desenvolvimento da vegetação em diversos pontos plantados. Espécies como a Jurema Preta já alcançaram o seu nível máximo de crescimento, chegando a três metros de altura. Outras espécies plantadas são Angico, Aroeira, Craibeira, Embiratanha, Mulungu, Tamboril e Flamboiã.

“Também é possível perceber que está ocorrendo, mesmo que de forma lenta, a recuperação ambiental do ambiente, que depende de uma combinação de fatores naturais como condições climáticas, irregularidade das chuvas”, explicou. Ele destaca que a ação humana, por meio de desmatamento, uso indiscriminado do fogo, agricultura e pecuária também tornam o ambiente sensível e dificultam a recuperação ambiental, o que exige reforço do trabalho de fiscalização.

Como participar – Caso o proprietário rural tenha interesse em participar, deve entrar em contato com os canais da Sudema. A partir de sua manifestação será realizada uma vistoria e a assinatura de um Termo de Compromisso. As empresas, que têm obrigações legais de compensação ambiental, financiam e executam o reflorestamento, incluindo a contratação de técnicos, licenciamento ambiental e plantio de mudas.

Ao autorizar as ações em suas terras, os proprietários rurais se comprometem a preservar as áreas e informar problemas. Além disso, podem obter benefícios ambientais e legais, como obtenção da Licença de Adesão e Compromisso para acesso ao Tarifa Verde e a outorga de uso da água. É obrigação dos participantes o cumprimento das normas legais do Cadastro Ambiental Rural (CAR), sob risco de suspensão ou cancelamento do registro, o que leva a problemas no acesso ao crédito rural, à venda e transferência de imóveis rurais, entre outros.