Política

Alesp exonera assessor citado em investigação em São Bernardo do Campo



AGÊNCIA BRASIL

O assessor parlamentar Roque Araújo Neto, alvo de busca e apreensão durante a operação da Polícia Federal (PF) para desmantelar um suposto esquema de corrupção na prefeitura de São Bernardo do Campo, foi exonerado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) nesta sexta-feira (15).

Neto era assessor no gabinete da deputada Carla Morando (PSDB) com salário de R$ 8,2 mil. A deputada é esposa do ex-prefeito de São Bernardo do Campo Orlando Morando, atual secretário de Segurança Urbana da capital paulista.

O assessor é citado no relatório da PF como um dos nomes que teria recebido a quantia de R$ 390 mil do operador do esquema, Paulo Iran Paulino Costa, que também tinha um cargo de assessor do gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL). Ele é apontado como a pessoa que distribuía o dinheiro entre os agentes públicos e políticos.

Por meio de nota, a deputada disse que foi surpreendida pelas notícias sobre São Bernardo do Campo e pelo vínculo de Neto nas investigações. 

“Assim que tomei conhecimento dos fatos, determinei a exoneração imediata do servidor, que exercia apenas funções de apoio junto à comunidade, sem qualquer atribuição administrativa no gabinete. Confio na apuração da Justiça e, caso seja comprovado o envolvimento, que o responsável seja punido com o rigor da lei”, disse a parlamentar.

O esquema de corrupção e lavagem de dinheiro descoberto pela Polícia Federal em São Bernardo do Campo aponta o possível envolvimento do prefeito Marcelo Lima (Podemos), que foi afastado do cargo por 1 ano após a operação deflagrada nesta quinta-feira (14). 

A Justiça determinou o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de ele sair de casa à noite e nos finais de semanas, além de ter contato com os demais investigados. 

Dois empresários e um servidor da prefeitura também foram presos.

A investigação começou após a polícia encontrar no mês passado cerca de R$ 14 milhões (considerando uma parte em dólar) com um servidor apontado como o operador financeiro do prefeito. Segundo a PF, há indícios de corrupção e pagamento de propina em contratos com empresas nas áreas de obras, saúde e manutenção. 

Cerca de R$ 1,9 milhão em dinheiro vivo foi apreendido com alvos diferentes, mas o trabalho de contagem ainda está em andamento.

Com o afastamento de Lima, quem assume a prefeitura é a vice-prefeita Jéssica Cormick (Avante). Ela tem 38 anos e é sargento da Polícia Militar de São Paulo desde 2005. Ela se afastou da corporação no ano passado, ao ser convidada pelo então deputado federal e candidato Marcelo Lima para ser vice em sua chapa.






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