Febre não é só gripe: automedicação pode ser fatal em casos de dengue

PARAIBA.COM.BR
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) emitiu um alerta para os riscos da automedicação, prática comum entre muitos brasileiros, mas extremamente perigosa em casos de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. Os medicamentos tomados sem orientação podem agravar o quadro clínico e até levar ao óbito.
De acordo com o médico da Rede Municipal de Saúde, Felipe Montenegro, os sintomas iniciais dessas doenças costumam ser confundidos com gripe ou resfriado, levando muitas pessoas a recorrerem a remédios de uso rotineiro. No entanto, alguns deles podem intensificar hemorragias e mascarar sinais importantes.
“Medicamentos como AAS, diclofenaco, ibuprofeno, nimesulida e corticoides interferem na coagulação e aumentam o risco de sangramentos em pacientes com dengue. Isso pode dificultar o diagnóstico e atrasar o tratamento adequado, elevando o risco de complicações graves, como a dengue hemorrágica”, explicou Montenegro.
O médico reforça que, ao surgirem os primeiros sintomas — principalmente febre — o paciente deve procurar atendimento médico. “A dengue não tem tratamento específico. O cuidado envolve hidratação intensa e alívio dos sintomas, mas sempre evitando remédios contraindicados”, orienta.
Entre os sinais de alerta que exigem atendimento imediato estão: dor abdominal intensa, vômitos persistentes, manchas na pele, sangramentos, pressão baixa, sonolência e episódios de desmaio.
Onde buscar atendimento
Pacientes com sintomas devem procurar a Unidade de Saúde da Família (USF) de referência. Nos casos mais intensos, o atendimento pode ser realizado nas UPAs ou no Hospital Municipal do Valentina, para crianças.
Situação epidemiológica
De janeiro a outubro deste ano, João Pessoa registrou 3.765 casos prováveis de dengue, com quatro óbitos confirmados. No mesmo período, foram contabilizados 159 casos prováveis de chikungunya e seis de zika, todos sem registro de mortes.






