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Paraibano morre em combate na guerra da Ucrânia; mãe lamenta decisão do filho



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O paraibano Thiago Paulo Bulhões, de 25 anos, morreu em um combate na guerra da Ucrânia no último sábado (4). A informação foi confirmada pela mãe dele, Elidiane Bulhões, ao g1.

Natural de Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa, Thiago trabalhava em uma escolinha de futebol e deixou o Brasil em junho deste ano. Ele deixa duas filhas, de 4 e 7 anos.

Segundo a mãe, Thiago conheceu um grupo de pessoas pelas redes sociais que falava sobre o conflito entre Rússia e Ucrânia. Mesmo com os alertas da família, decidiu viajar.

“Ele conheceu uma pessoa, fez amizade com esse grupo e decidiu ir. A gente não sabe as promessas que fizeram. Demos muito conselho para ele não ir, mas foi decisão dele”, relatou Elidiane.

A última conversa entre mãe e filho ocorreu poucas horas antes do combate. Thiago pediu que ela acompanhasse suas publicações nas redes sociais, já que o sinal na região era fraco.

“A última coisa que ele falou pra mim foi: ‘mãe, fique só ligada no Instagram’. Foi horrível. Um pedaço de mim foi embora”, disse.

Elidiane contou que o filho não pretendia voltar ao Brasil e sonhava em permanecer na Europa após o conflito.

“Ele dizia que estava fazendo o que amava, ajudando quem mais precisava. Esse era o meu filho”, afirmou.

Thiago recebia cerca de R$ 25 mil pelo trabalho na linha de frente, mas, segundo a mãe, o dinheiro não era sua motivação principal. “Meu filho sempre quis ajudar as pessoas”, completou.

O corpo do jovem deve ser cremado, e as cinzas enviadas à família no Brasil, junto com os pertences. Ainda não há previsão para o envio.

O que dizem a Ucrânia e o Itamaraty

A Embaixada da Ucrânia informou em setembro que não recruta brasileiros para suas Forças Armadas. Segundo a nota, “os cidadãos brasileiros que chegam à Ucrânia o fazem de forma independente e voluntária”.

O Itamaraty confirmou que presta assistência consular às famílias por meio da Embaixada do Brasil em Kiev, mas não confirmou oficialmente a morte do paraibano.

O órgão também reforçou que a assistência é limitada em casos de participação voluntária em conflitos armados e alertou que propostas de trabalho com fins militares devem ser recusadas.






 

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