Paraíba

Prefeitura de João Pessoa dedica atenção especial para garantir direitos à diversidade de gênero

PARAIBA.COM.BR

O Dia Internacional do Orgulho LGBT+ é celebrado neste sábado (28). Várias atividades se voltam para reforçar que todos são dignos de direitos, independente de gênero e orientação sexual. São nestes pilares do respeito e da igualdade que a Prefeitura de João Pessoa destina, através da Coordenadoria de Promoção à Cidadania LGBT, uma atenção especial a essa população, através do lema: ‘Amor não se discute, se apoia’.

Geraldo Filho, coordenador da Promoção à Cidadania LGBT, afirma que manter um equipamento voltado para a população LGBTQIAPNB+ é um avanço para a gestão pública que estreita um diálogo com uma minoria que costuma ser marginalizada. Além disso, fica mais viável a elaboração e fortalecimento de políticas públicas eficazes que contemplem a comunidade.

“Através da Coordenadoria, conseguimos oferecer serviços públicos para essa população que é historicamente marginalizada. Também realizamos articulações com as secretarias municipais, com o Governo do Estado e o Governo Federal. Então, para esse público, é extremamente relevante, pois é uma promoção de direitos humanos proporcionada pela Prefeitura da Capital”, destacou.

As iniciativas procuram garantir uma vida digna para as pessoas LGBTQIAPNB+. Geraldo cita, como exemplo, o incentivo à empregabilidade, formação profissional, acesso à saúde com ginecologia e endocrinologia, acompanhamento psicológico, orientação jurídica, entre outros. “O importante é sabermos que tudo isso é fruto de muita luta da sociedade civil organizada e do compromisso da nossa gestão”, disse.

As organizações e associações da sociedade civil organizada também veem a Coordenadoria como um instrumento de extremo valor para a realidade que cerca as pessoas que adotam outro gênero ou orientação sexual. Ginaldo Figueiredo, fundador da Iguais Associação LGBT+ e presidente da Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil – Paraíba (OAB-PB), traz à tona a questão da violência, chamando atenção para o combate à LGBTfobia.

“A importância da Coordenadoria é porque é um espaço numa gestão pública, que vai fazer essa parte para a implementação da política pública. Além disso, ajuda no combate à LGBTfobia, que nós entendemos como um ponto super importante para toda a sociedade”, afirmou Ginaldo, citando casos midiáticos de violência extrema. “Esse enfrentamento dentro de uma gestão pública é um ganho social sem tamanho”, completou.

D’Angelles Coutinho é coordenadora do Coletivo Não-Binárie e aponta um dado alarmante: o Brasil é o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo. Diante de um ranking totalmente negativo, torna-se urgente criar mecanismos que mudem esta realidade.

“Contar com o apoio de governos que são sensíveis a essas questões, e que respondem construindo espaços de construção de uma política voltada para o avanço dos direitos das pessoas LGBTQIAPNB+ é fundamental, pois, além da violência mais direta existem também as múltiplas violências simbólicas, existe a falta de acesso à educação, saúde, seguridade social, trabalho, transporte, e assim por diante”, frisou.

Diante deste contexto, D’Angelles disse que a Coordenadoria de Promoção à Cidadania LGBT de João Pessoa materializa essa resposta do governo frente a esses problemas, buscando criar condições para que pessoas LGBTQIAPNB+ possam viver.

Psicóloga voluntária na Coordenadoria, Evelyn Rayle contou que falar sobre saúde mental vai muito além de oferecer uma sessão de terapia, pois envolve também olhar para o contexto social.

“Ter uma Coordenadoria voltada para a população LGBTQIAPNB+ significa reconhecer que ainda existe muita exclusão, e que é preciso um espaço com pessoas preparadas para escutar, acolher e respeitar essas histórias. É sobre ter onde ir quando o mundo lá fora não entende, e saber que ali você vai ser tratado com dignidade e respeito”, declarou a psicóloga.

28 de junho – A data é um marco histórico na luta contra violência e por direitos para toda a comunidade LGBTQIAPNB+. Era 1969, quando o público do bar Stonewall Inn, em Nova Iorque, reagiu a uma ação violenta da polícia. As manifestações ganharam mais adeptos e maior abrangência. Hoje a data, mais do que celebrar as conquistas, também reivindica direitos básicos para a população LGBTQIAPNB+.

“É importante rememorar e relembrar essa data, porque é onde começa a história de tudo. Dos movimentos, das paradas gays. Era crime ser LGBT, era crime portar uma peça de roupa que não era condizente com gênero. Então, o dia 28 nasce nesse embate, nesse contraponto a essa lei que era um absurdo”, explicou Ginaldo Figueiredo.




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