Vizinhos não sabiam de material explosivo em imóvel em S.Paulo

AGÊNCIA BRASIL
Moradores da rua Francisco Bueno, no bairro do Tatuapé, em São Paulo, revelaram que não sabiam do armazenamento irregular de materiais explosivos em um imóvel vizinho, destruído por uma explosão na última quinta-feira (13).
O acidente atingiu ainda residências próximas, que tiveram avarias em telhados, janelas e portões arrancados e vidros quebrados. Segundo a Defesa Civil, 12 imóveis no entorno ainda estão interditados.
José da Silva Filho, que mora numa casa em frente ao local da explosão, fez a comparação com uma bomba-relógio. “Nem imaginávamos que tinha uma bomba-relógio na frente da nossa casa. Não conhecia [os moradores]. Fazia um mês e meio ou dois [que tinham mudado], eu via o homem entrar de carro. Eu não suspeitava de nada”, disse.
No momento da explosão, havia três pessoas na casa e dois cachorros. “Parecia que tinha caído um avião ou que era um terremoto, foi coisa de filme. Estourou a casa toda, afetou o teto, janelas, portas. Parecia que estava caindo a casa na minha cabeça. Cheguei na cozinha, a janela toda retorcida e vidro pra tudo quanto é lado”, relatou.
“Chamei pela minha esposa, ela não respondia. Fui vendo os cômodos, o teto já [estava] abrindo, foi bem feia a coisa. Cheguei no quarto e vi [minha esposa]. Estilhaços de vidro fizeram alguns cortes, mas não foi nada grave”, acrescentou José.
Na casa de Márcia Machado, também estavam três pessoas na hora do acidente. Ela conta que estava na cozinha com a irmã quando todos ouviram um barulho intenso.
“Veio aquela explosão bem forte, com um vapor e uma pressão que jogou a gente [pra trás] e estourou os vidros, [que vieram] pra dentro. Minha irmã achou que a casa estava caindo. Pensei que era o posto [de gasolina] que tinha explodido, ele fica aqui atrás. Mas não foi, foram fogos de artifício, depois a gente ficou sabendo. Teve a primeira explosão, que estourou todos os vidros, entortou todas as portas e janelas, quebrou tudo aqui. Caíram destroços do teto e da janela sobre um amigo”, relatou.
Materiais explosivos
Quando eles saíram para a rua, viram o imóvel que explodiu pegando fogo. Márcia disse que não imaginava que ali havia um depósito de materiais explosivos, nem conhecia os moradores daquele imóvel. “Aqui tem muitos moradores bem antigos, pessoas de idade que têm suas casas e uma história nessa rua. Quando que a gente ia imaginar? E tinha muita coisa ali porque a pressão [da explosão] foi tão grande que atingiu carros ali na [avenida] Salim [Farah Maluf].”
Daniel Pavel estava trabalhando em um imóvel comercial na hora da explosão. “Na hora, eu não entendi muito bem, apagou a luz durante dois ou três segundos. A luz caiu e voltou, fez um barulho muito forte, muito alto, parecia um trovão, mas era um [barulho] que ficava repercutindo por vários segundos. Eu achei que fosse um caminhão, alguma coisa que tivesse entrado aqui na casa [onde fica a empresa]”, disse.
“Quando eu fui pra fora, vi tudo quebrado e ouvi as pessoas aqui na rua gritando “chama os bombeiros”. Na rua, estava triste porque muita gente se cortou. Logo em seguida, chegaram a polícia e os bombeiros. Foi muito rápido e começaram os primeiros socorros”, relatou. Na empresa, os portões de entrada caíram e todos os vidros que estavam fechados quebraram.
*Com informações da TV Brasil


